domingo, 8 de outubro de 2006

Eu, Consumista


Consumo tudo
Consumi meu casamento,
Meus filhos, minha vida.

Eu estou consumida
Consumida de angustias,
De individualismo,
De solidão,
De rancor, dor, arrependimento
Ódio, stress
De não parar mais de consumir
Este consumo onipotente
Fez-me consumistas
Depois de consumir
A tudo que me permitiam
Consumo a mim e a minha vida.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

LIBERDADE


Sou livre porque assim me permitiram

Livre para usar e abusar

Dessa liberdade concedida

Que me aprisionou

Pois, hoje escrava não sou

Nem liberdade tenho

.

domingo, 1 de outubro de 2006

Política, Artigo Industrial


A atividade política, nos dias de hoje, é despolitizada e convertida em uma prática de mercado. A indústria política tem desempenhado um papel decisivo no cenário político do Brasil, não é à-toa que cada vez mais se investe em marketing e propaganda eleitoral. As campanhas ganharam um outro sentido e uma nova cara – a imagem do comércio. Tanto isso é verdade que existe uma nova modalidade de marketing, o político.


Não se pode mais falar em política, político, partido e eleitores, sem falar em: mercado, produto, empresa e consumidores. Essas mensagens sociais propagadas periodicamente têm como papel fundamental a manipulação e disseminação de conceitos conservadores.


Segundo Marilena Chauí (1994), houve no Brasil três tipos de formação partidária: a clientelista, a populista e a vanguardista. Os “clientelistas” articulam-se nos favores, os “populistas” articulam-se como tutores do povo imaturo, incapaz de decidir por si, os “vanguardistas” substituem seus eleitores pelos dirigentes do partido.


O político é visto, por tanto, pela efígie teológica e autoritária. Como teológica perquirimos a imagem de salvador da pátria, como autoritário, a de chefe e mandante que realizam favores para os consumidores.


O nosso papel passa ser o da escolha do que nos é ofertado. Não nos cabe decidir o que queremos que seja ofertado. Ou seja, nosso espaço político hoje reduz-se ao da escolha de propostas alheias.Assim sendo, a administração do Estado reduziu-se a nada mais que uma negociação da classe dominante junto às massas, na competição pelo posto de governo. E assim como consumidores vamos comprando produtos com diversos vícios e defeitos, mas também queremos reclamar nossos direitos junto ao Procon.