quinta-feira, 29 de maio de 2008

Travessuras da Menina Má

Trim, toca o telefone às 3 horas da madrugada (penso: quem é o filho da p... que está me ligando uma hora dessas). Mas, a raiva e o sono logo passam ao simplesmente dizer com a ironia de sempre “boa noite querida, atrapalho alguma coisa?”. Não sei como ainda me surpreendo com você.

Você é a única pessoa que consegue extrair igualmente o melhor e o pior de mim, mas se deliciando mais com o meu pior. Nada tem um sabor insosso na sua presença. Até o sabor amargo do álcool adquire o gosto da liberdade e paixão, alias como tudo em você.

Maluco? Não, excêntrico e apaixonante talvez. Surge nos momentos mais inesperados, mas sempre nos momentos certos. Consegue driblar meus distúrbios hormonais e transformar tudo, nem Dom Quixote conseguiria tal façanha. O seu encanto mora na noite e esconde-se a luz do dia, assim como você.

"Por sua culpa, eu perdera as ilusões que fazem da existência algo mais do que uma soma de rotinas."

Para você,

" Eu não digo que eu tenha muito, mas tenho ainda a procura intensa e uma esperança violenta! Eu não choro! Se for preciso um dia eu grito! Eu estou em plena luta e muito mais perto do que se chama de vitória humana. Eu já poderia ter você com meu corpo e minha alma. Esperarei nem que sejam anos que você também tenha corpo-alma para amar. Nós ainda somos moços, podemos perder algum tempo sem perder a vida inteira! Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós: Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende por que não queremos passar por tolos. Temos construidos catedrais e ficado do lado de fora pois as catedrais que nos mesmos contruimos são armadilhas. Temos mantido em segredo a nossa morte para torna a nossa vida possivel! Temos chamado de franqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro acima de tudo. Mas eu escapei disso com ferocidade e esperarei até você também estar mais pronto" **


Com carinho,
** Clarice Lispector

domingo, 25 de maio de 2008

Liberdade de Expressão: Publicidade da BOA

Com sabor de “déjàvu”, vemos as grandes produtoras de cerveja, saturar a televisão com publicidade, assim como era feito com os cigarros. Os movimentos sociais junto ao Ministério da Saúde decidiram combater o marketing exacerbado das bebidas alcoólicas, devido aos inúmeros malefícios do seu uso.


“Liberdade de Expressão”, gritam os publicitários diante do Projeto de Lei 2733/08 que inclui a cerveja, o vinho e o espumante, no Projeto que já proíbe a exibição de bebidas como o uísque e a cachaça das 6 hora às 21 horas na televisão.

Quanta confusão com a tal da liberdade. Usam-na para fazer apologia a DROGA que é fator RESPONSÁVEL por 70% das mortes violentas; 42% dos acidentes de transito e 45% de todos os problemas familiares e conjugais, inclusive a violência doméstica e sexual, segunda Agência da Câmara.

Os defensores publicitários e cervejeiros da liberdade são assim, defensores também dos acidentes de trânsito e da violência, por exemplo. Quem poderia censurar isso e deixar esses empresários perderem milhões? As vidas não importam, o importante é a tal da liberdade de expressão, como desculpa para não se perder milhões de dinheiros, as vidas são insignificantes (ops, escapuliu sem querer, querendo).

Propagandas inocentes que não surtem efeito (além do consumo alcoólico ”moderado”) e não causam nenhuma conseqüência (apenas as já ditas acima), são apenas homenagens aos usuários, pois segundo os publicitários não provocam o uso, abuso e consumo de nada.

Chegou a hora de acabar com esse profissão, já que não vem desempenhando a sua função, que é VENDER.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Papo de Eleitor

- Quer saber: eu não confiu no cara, mas voto nele!!
Ele rouba, mas faz!
Ele mente, mas convece!
Ele é culpado, mas ninguém prova!
E você o que acha?

- Acho que você é besta, mas não sabe.
Angeli

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Bom Conselho

"Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança"


(Bom conselho - Chico Buarque)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

E a menina, dança

“Liberdade! Liberdade! Abre asas sobre nós”, ao som de Medeiros de Albuquerque, relembro de um passado não tão distante, mas estranho, hoje a mim. Que podemos nós surpreender conosco não é novidade. Mas como esqueceu quem você foi com a passar de apenas 10 anos? Isso é mais fácil do que poderia imaginar.

Rever algumas fotos acompanhada da narração de outrem pode ser uma viagem ao desconhecido, por mais que o personagem descrito seja alguém tão intimo seu, como ninguém menos que você. O tempo pode ser o provedor de grandes mudanças. A sociedade fomentadora de pessoas civilizadas.

Não sabia como pode ser surpreendente encontrar com você 10 anos mais nova. Após 10 anos, você pode estranha-se mais do que a qualquer outro ser desconhecido. Lembrei-me daquela pequenina de cabelos esvoaçantes e enormes, allá Maria Bethânia. Sem pestanejar ao escolher o queria, com a boca vermelha, se expunha de forma tão natural, que me dá certa inveja.

No dia da formatura dos outros, lá estava ela como se a festa não fosse de mais ninguém, trajando vestido branco modelo princesinha da Idade Média, rodopiava descalça pelo salão. “Viver, e não ter a vergonha de ser feliz”, seria a trilha sonora perfeita. Contrastando com as demais crianças (todas arrumadas e comedidas). O desespero das pessoas se instaurava ao ver alguém que parecia ser livre. “Calce esse sapato menina”, “Menina não se comporta assim”, diziam.

Ignorando todos os apelos, imersa na felicidade, dançava, dançava e dançava descalça. Todos os olhares se voltavam para aquela menina que com sorriso estridente, molejo e atrevimento, ousara ser diferente. Ousara fazer o que queria.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O ETNOCENTRISMO NA MÍDIA

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o professor Antônio Natalino Dantas, que coordenava o curso de medicina da Universidade Federal da Bahia, após atribuir ao resultado insatisfatório da faculdade no teste do Ministério da Educação ao baixo nível intelectual dos baianos, e a amostra disso seria, o fato do instrumento musical mais popular na Bahia possuir uma corda e a banda percursiva, Olodum. Provou duplamente o quanto está disseminado na sociedade brasileira o etnocentrismo.

Duplamente, porque além da preconceituosa entrevista, ainda despertou a complacência de vários colunistas da revista Veja, por exemplo. Como o André Petry (O QI dos Baianos), Diogo Mainardi (Eu sou BBB- Você é BBB-), justificando a matéria de Cláudio de Moura Castro (Diamantes Descartados) que defende a criação de colégios especiais para estudantes com QI alto, todas da edição 2059, ano 41, n° 18, de 7 de maio de 2008, editora Abril.

“Há uma inferioridade dos alunos baianos em relação aos outros. A prova foi uma mostra disso”, ainda segundo o coordenador do curso, “o baiano é uma pessoa igual a qualquer outra, mas talvez tenha déficit em relação a outras populações. Não temos aquele desenvolvimento que poderíamos ter. Se comparados com os estados do Sul, vemos que a imigração japonesa, italiana e alemã foram excelentes para o país. Aqui ficamos estagnados. Afirmou também que “o berimbau é um típico instrumento para indivíduos que têm pouco neurônios. Ele tem uma corda só e não precisa de muitas combinações musicais”.

Assim, ao professor escolher justificar o resultado insatisfatório dos estudantes de medicina julgando-os estúpidos, ignorantes e imbecis por serem baianos e terem sofrido influência da cultura africana, caracteriza-se num discursos etnocêntrico e racista.

O André Petry justifica que “o professor Dantas é livre para dizer a besteira como quiser”. A liberdade de expressão confunde-se, nesse caso, com o poder dizer qualquer coisa, esquecendo-se que a liberdade está condicionada as regras e leis sociais.


Ainda segundo Petry o ex-coordenador está sendo acusado de racista por ser um baiano branco. Houve claramente, a intenção de inverter causa em efeito. Ou seja, ele não é racista, a opinião pública que o está sendo ao censura-lo.

O racismo é a teoria que defende a pretensa superioridade de certas raças humanas. Essa teoria não está restrita a uma população de determinada cor ou região, ou até mesmo do sujeito inferiorizar o grupo do Eu, por não se identificar com ele. Exemplo, posso ser negro e ser racista com negros e vice e versa.

Petry ainda afirma que o “absurdo” da recriminação da opinião pública foi “por motivos que talvez estejam sutilmente hospedados na estupidez da política de cotas raciais”, sendo os responsáveis pelo estardalhaço “a seguinte distorção: é racismo chamar de burros os alunos de uma universidade cotista instalada num estado de expressiva população negra”.

Talvez o fato de chamar os estudantes puramente de burros não se caracterizaria racismo, mas ao associar a isso o fato dos “baianos só tocarem berimbau por possuir uma corda só, pois se tivesse mais não conseguiriam”, não nega o teor racista e etnocêntrico do discurso.

Segundo Mainardi “o Brasil é ainda mais rudimentar do que Gilberto Freyre supunha. Nosso primarismo é ainda mais bestificante. Aqui só resta um Olodum mental, um dum-dum-dum mental”.

Nesse caso, não só os baianos são burros, mas todos os brasileiros. Cujo o julgamento do valor do Outro (os brasileiros) toma como base a relação entre as civilizações ocidentais, mostrando o eurocentrismo do colunista ao denegrir a imagem dos brasileiros.

Para completar temos o Mauro Castro defendendo a criação de escolas ou reserva de salas para alunos de alto QI, afirmando que deveríamos “premiar alguns poucos com uma educação compatível com o seu talento”.

Talvez essa fosse a solução para os resultados dos testes do Ministério da Educação não darem mais resultados insatisfatório, ao invés de solucionarem o sucateamento do ensino público associarem o resultado ao nível intelectual dos indivíduos de cada instituição de ensino.

Essa série de reportagem que foram retiradas de uma única edição de uma revista de grande circulação nacional, mostra o quanto, a todo momento, há um nítida auto-promoção da classe dominante que se julga superior as demais classes, e criam e reproduzem o conceito de culto e inculto, do belo e do feio, do inteligente e do burro. Ilustrando os diversos apartheid’s existentes no âmbito social, cultural e intelectual.

terça-feira, 6 de maio de 2008

PROBLEMAS

PROBLEMAS
PROBLEMA
PROBLEM
PROBLE
PROBL
PROB
PRO
PR
P

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Reduzi-los assim nem sempre é fácil.