Sempre tudo o que importava estava próximo, ao alcance de minhas mãos, de um lado o afago da família, do outro, a alegria e o companheirismo dos amigos, a simplicidade dos fatos, o cotidiano monótono, seguido de finais de semanas e períodos de férias eletrizantes, eram tudo, e para mim bastava.
Mas quando se é adulto, as coisas ao invés de ficarem mais sólidas começam a se desmanchar, assim como a desagradável sensação da fumaça de cigarro quando soprada em nossa cara. E o “ser ou não ser? Eis a questão”, de Shakespeare ganha todo o sentido e todas as certezas tornam-se incertas. E então, você pensa: “o que devo fazer?”. E essa sensação de ‘dever’ toma conta de todo o seu Eu, e a partir de agora você apenas deve. Deve fazer aquilo, deve ser assim, até ficar devendo a todo mundo.
Talvez, minha infância de menina sozinha tenha me dado esse monte de caraminholas, que me enlouquecem. Não entendo como pode alguém ter uma aparência tão serena com uma cabeça tão louca como a minha. O silêncio e a solidão, sempre me deram tempo para acostumar com as coisas. Essas duas áreas de minha vida eram meus contos de fábulas. Mas não podemos viver de fábulas, não é mesmo?
Então, jogada nesse mundo, muitas vezes não consigo estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, que caminham unidos como se fossem um, e criam toda essa minha inquietação, todo esse meu desespero e destemperamento.
3 comentários:
muito bom o seu blog.
sensações incriveis me rodeiam quando leio o seu blog,menina amarela. gosto muito da sua escrita, se eu escrevesse como vc, estaria hj em uma redação, não escrevendo em blog. Até pq jornalista não precisa mais de diploma. RSSS
Muito obrigada querida, pelo gesto delicado.
=))
Desejo escrever como você diz que escrevo... um dia quem sabe estarei em uma redação, ou não. Quando imagino a confusão que é ser jornalista... não sei se tenho pique para aquilo...
Pois é, infelizmente para ser jornalista não precisa de diploma...
=))
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