quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Listão dos Aprovados e Reprovados no Vestibular

Fim de ano, as listas dos aprovados no vestibular começam a ser divulgadas. A cada lista divulgada, os aprovados e os reprovados, descobrem sentimentos bem diferentes.
O sonho de alguns alcançados. Do outro lado, no entanto, a sensação de fracasso, junto a necessidade de buscar forças para continuar estudando e tentar novamente no próximo semestre.
O vestibular continua sendo a principal barreira para o ingresso de estudantes na Universidade.
A famosa aplicação de questões de múltipla-escolha tradicionalmente usadas para discriminar aqueles com alto grau daqueles com baixo grau da competência, garante a recompensa daqueles que obtiveram o ‘mérito acadêmico’. “A meritocracia contradiz, tanto quanto qualquer outra oligarquia, o princípio da igualdade que rege uam democracia igualitária”, como diz Hannah Arendt (A crise e a Educação, em Entre o Passado e o Futuro).
Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), foram 43.330 candidatos para uma total de 6.996 vagas. Essas 6.996 representam um aumento de 64% no número de vagas, e ainda assim é insuficiente. Se for levado em consideração que a Bahia possui 1.047.774 jovens de 21 a 24 anos votantes, segundo o Superior Tribunal Regional (TSE), fica nítido a disparidade entre a quantidade de vagas e o número de jovens potenciais a cursar a Universidade.
Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), menos de 8 por cento dos jovens brasileiros entre 20 e 24 anos estão matriculados em instituições de ensino superior.
Para os aprovados o alívio e a satisfação de ter consigo uma vaga diante de uma concorrência numerosa. Não é fácil passar. Ter que estudar horas a fio, abdicar de várias coisas que você gosta, para consegui uma cadeira ali.
Para os reprovados a sensação de fracasso. “Passei o ano todo estudando para a UFBA. Passar na UFBA é o sonho de muita gente, mas quando peguei o gabarito e vi que não acertei uma questão de matemática foi muito doloroso para mim, minhas chances acabaram ali”, explica Maria Marta Oliveira Neto, estudante do 3° do colégio secundarista e vestibulanda.
“Me sinto injustiçada! Existe a tal da Constituição, do Direito da Criança e dos Adolescente, que diz que todos tem direito de ter acesso a educação. Mas do que adianta ter um direito se no meio dele começam a criar catracas seletivas, dizendo que uns podem ter e outros não”, contesta Silmara Cordeiro (23), vestibulanda da UFBA por 4 vezes.

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