segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A ti com carinho: Mulher Fêmea

Estou com saudade dela, então vai um pouquinho de Dayse Priscila, no meu blog. Umas das coisas mais gostosas do mundo foi te abraçar. Saudade demais das longas conversas sobre o nosso cotidiano, da sua voz grave e de seus abraços (sim, meus pais me deram muito amor, para aqueles que me acham MUITO doce). O mundo sempre me presenteia com o reencontro de amigos de infância. E o mais engraçados é que todos eles continuam as pessoas maravilhosas que sempre foram. Todo o carinho do mundo para você. Em breve vou marcar aquele lanchinho contigo. Um pouco mais dela em: D'lírios.



Eu sou mulher e, dentro de mim,
tenho muitas outras.
Multifacetada, polissêmica e, além de tudo,
plurissignificativa.


Quando me cabe, sou santa,

recebo ordens e, pelo sistema, as cumpro.

Falo baixo, sorrio com delicadeza,

peço desculpas, por favor, com licença.


Quando vira noite,

minha pele não mais me cabe.

Nem sou santa, nem peço por favor.

Quando vira noite sou mulher fêmea,

sou mulher sedenta, mas não puta.


Meu corpo arde em chamas,

mas é de um só.

Não me abro a muitas entradas.

A passagem é livre,

mas não escancarada.


Quando cai a noite,

não recebo ordens, negocio.

Delicadeza, só quando convém,

ou quando é fetiche dele.



Não preciso falar baixo.

Eu grito, suspiro e grito novamente.

Ele gosta... sorri safado, ele adora.


Adentro o quarto dele,

fora de hora, menina veneno,

era mesmo assim?


Ele me olha, sorriso no rosto,

de quem sabe, quem sabe de mim,

da mulher fêmea,

da vontade, do desejo,

da procura, da lascívia.


Ele é ótimo, me toma pelos braços,

vira, revira e vira de novo.

Se embrenha pelos meus meios,

pelos meios de minhas pernas,

e me morde, me lambe, me molha.

E entra, e sai. e me faz mais fêmea,

mais fêmea e mais mulher.


Ele é ótimo, homem levado.

Homem, homem e macho.

E bem me satisfaz,

assim como satisfaço eu, a ele.



Ao rasgar do sol, imbricados acordamos.



O dia vem, sou santa,
porque me cabe, porque é lei.

Mas a noite voltarei eu,

para ele, não santa,
nem puta, mas, mulher.



Multifacetada, polissêmica, e além de tudo,
plurissignificativa.

Assim me sou, assim eu faço.

Sou mulher, mulher fêmea.

Nem santa, nem puta.

Apenas mulher.

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